No que toca a vacinação, o ministério da Saúde luxemburguês emite um conjunto de recomendações com vista a “proteger as crianças e os adultos das doenças perigosas ou, até mesmo, mortais”. As vacinações, indicam ainda as autoridades, “são parte integrante das medidas de prevenção que permitirão às crianças e aos pais uma vida cheia de saúde”.
Este artigo foi redigido com base nas recomendações oficiais das autoridades de saúde luxemburguesas.
As vacinas salvam milhões de vidas todos os anos em todo o mundo. Atualmente, na Europa, cada país leva a cabo o seu próprio programa de vacinação, adaptado ao seu contexto e sistema de saúde, de acordo com o programa para a vacinação no horizonte 2030 implementado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Como é a situação no Luxemburgo?
Não há obrigação, mas há uma forte recomendação
No Luxemburgo, as vacinas não são obrigatórias, mas são fortemente recomendadas pelo ministério da Saúde e da Segurança Social. São regularmente transmitidas mensagens e campanhas de sensibilização em favor da vacinação em todo o país. É o Conselho Superior das Doenças Infeciosas (Conseil supérieur des maladies infectieuses - CSMI) que dita as recomendações em matéria de vacinas. A Direção da Saúde (Direction de la santé) implementa-as através de um calendário de vacinação.
As doenças “de prevenção vacinal” são as doenças que podem ser evitadas graças à vacinação. O ministério da Saúde e da Segurança Social recomenda, assim, a vacinação contra essas doenças, em diferentes fases da nossa vida, de acordo com um calendário definido.
A vacinação dos bebés: dos 0 aos 23 meses
Quem é abrangido? | Que vacinas contra que doenças? | Com que idade é preferível tomar a vacina? | Que patologias podem causar as doenças em questão? |
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Recém-nascidos | Imunização contra o VSR (RSV em inglês), se a mãe não tiver sido vacinada durante a gravidez. | De preferência, antes da saída da maternidade. | O Vírus Sincicial Respiratório está na origem da bronquiolite, uma doença infeciosa respiratória muito frequente nos bebés com idade inferior a dois anos, que pode levar a criança a ser hospitalizada. |
Bebés | Vacina combinada: 1.a dose: - difteria - tétano - coqueluche - infeções invasivas por Haemophilus Influenzae de tipo b - poliomielite - hepatite B | Aos 2 meses | A difteria afeta as vias respiratórias e pode levar ao sufocamento e à asfixia. O tétano provoca contraturas musculares que são, muitas vezes, fatais. As infeções invasivas por Haemophilus Influenzae de tipo b causam meningites, epiglotites e artrites. A poliomielite (conhecida pelo nome de “polio”) provoca diarreias, paralisias musculares graves e duradouras. A hepatite B causa a infeção do fígado e pode levar à hepatite crónica. |
Rotavírus: 1.a dose | O rotavírus pode provocar uma gastroenterite grave. | ||
Pneumococos: 1.a dose | As infeções invasivas por pneumococos levam a meningites bacterianas e infeções sanguíneas, com consequências que podem ser fatais. | ||
Rotavírus: 2.a dose Meningococo B: 1.a dose | Aos 3 meses | Os meningococos provocam infeções muito graves, como meningites e septicémias. | |
Vacina combinada: 2.a dose | Aos 4 meses | ||
Pneumococos: 2.a dose | |||
Rotavírus: 3.a dose | |||
Meningococo B: 2.a dose | Aos 5 meses | ||
Crianças de pouca idade | Vacina combinada: 3.a dose Pneumococos: 3.a dose | Aos 11 meses | |
Vacina SPRV: 1.a dose: - sarampo - papeira - rubéola - varicela | Aos 12 meses | O sarampo é uma doença muito contagiosa, cujas complicações podem levar a danos cerebrais irreversíveis e, até mesmo, à morte. A papeira provoca uma inflamação das glândulas salivares e leva a complicações graves (meningite, surdez). A rubéola é extremamente perigosa para as mulheres grávidas. O vírus atinge o feto, provoca malformações e, até mesmo, a morte in útero. A varicela pode levar a complicações sérias, sobretudo nas mulheres grávidas e nos recém-nascidos. | |
Meningococo B: 3.a dose | |||
Meningococo ACWY: 1.a dose | Aos 13 meses | Os meningococos provocam infeções muito graves, como meningites e septicémias. | |
Vacina SPRV: 2.a dose: - sarampo - papeira - rubéola - varicela | Dos 15 aos 23 meses |
A vacinação das crianças e dos adolescentes: dos 5 aos 20 anos
Quem é abrangido? | Que vacinas contra que doenças? | Com que idade é preferível tomar a vacina? | Que patologias podem causar as doenças em questão? |
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Crianças pequenas | Vacina combinada: reforço | Dos 5 aos 6 anos | |
Vacina pneumococos: se ainda não tiver sido feita | |||
Crianças grandes | Vacina hepatite B: por volta dos 12 anos, se ainda não tiver sido feita | Dos 9 aos 14 anos | |
Vírus do Papiloma Humano (HPV): 2 doses, por volta dos 12 anos | A infeção por Vírus do Papiloma Humano pode, em certas situações, ter complicações graves, como cancros. | ||
Adolescentes | Vacina combinada: reforço, por volta dos 15-16 anos | Dos 15 aos 20 anos | |
Meningococos ACWY: reforço, por volta dos 15-16 anos | |||
Vacina contra o Vírus do Papiloma Humano (HPV): 2 doses, se ainda não tiver sido feita, por volta dos 15-20 anos |
A vacinação dos adultos
Podemos tomar uma vacina em qualquer idade, porque nunca é demasiado tarde.
Reforços gerais
No caso dos adultos, recomenda-se realizar um reforço de 10 em 10 anos da vacina combinada que protege contra a difteria, o tétano, a coqueluche e a poliomielite. Mesmo que já não nos deparemos com algumas destas doenças, é importante continuar a vacinar porque, sem isso, elas podem rapidamente ressurgir e provocar estragos, principalmente nas populações mais frágeis.
Os adultos nascidos depois de 1980 que não tenham recebido 2 doses da vacina combinada Sarampo-Papeira-Rubéola são aconselhados a fazer um reforço.
Pessoas com mais de 65 anos:
Para as pessoas com mais de 65 anos, o ministério da Saúde e da Segurança Social recomenda uma vacinação contra:
- As infeções invasivas por pneumococos
- A zona
Pessoas imodeprimidas e de risco:
As pessoas com mais de 18 anos e imunodeprimidas por causa de uma doença ou de um tratamento são aconselhadas a tomar a vacina contra a zona.
Para as mulheres grávidas, o governo recomenda as seguintes vacinas:
- A gripe sazonal, no inverno, seja qual for a fase da gravidez
- A coqueluche, no 2.o ou 3.o trimestre
- O RSV se a mulher grávida estiver saudável, entre as 32.a e 36.a semana de gravidez
- A covid-19
As pessoas com mais de 65 anos e todas as pessoas de risco são aconselhadas a tomar a vacina contra a gripe sazonal todos os anos.
Vai viajar?
Se tencionar viajar para um país longínquo, é necessário informar-se, no mínimo, com antecedência de 6 semanas, sobre as vacinas necessárias ou os reforços que deve fazer. As taxas de infeção de algumas doenças são diferentes em função da região do mundo.
As vacinas recomendadas de forma geral são as vacinas contra: o tétano, a difteria, a hepatite A e o sarampo. Em função dos destinos, recomendamos também uma vacinação contra a cólera, a encefalite japonesa, a febre tifoide, etc.
Para mais informações, o ministério da Saúde e da Segurança Social recomenda aos viajantes marcarem uma consulta com a devida antecedência na Travel Clinic do Centre Hospitalier de Luxembourg (CHL).
Gratuitidade de algumas vacinas
As vacinas do programa nacional luxemburguês são disponibilizadas gratuitamente pelo Estado aos médicos responsáveis pela vacinação. No caso destas vacinas, os pacientes pagam apenas o preço da consulta médica.
Algumas vacinas são totalmente comparticipadas pela CNS (Caisse nationale de santé). São as seguintes:
- A gripe sazonal: para as pessoas com 65 anos e mais, bem como para outras pessoas especificadas
- As infeções invasivas por pneumococos: para as pessoas saudáveis dos 65 aos 85 anos, bem como outras pessoas especificadas
- O Vírus do Papiloma Humano: para as pessoas dos 9 aos 21 anos completos, bem como as pessoas imunodeprimidas
Le carnet de vaccination électronique, pour faciliter le suivi des vaccins
Si vous êtes assuré au Luxembourg, le carnet de vaccination électronique (CVE), mis en place par l’Agence eSanté est un outil numérique qui permet de centraliser toutes les informations en lien avec votre historique de vaccination. C’est votre médecin-vaccinateur qui le crée, avec votre accord, et le complète. Il remplace l’ancienne carte de vaccination jaune, qui reste néanmoins valable pour le moment.
Sabia que?
A primeira vacina foi inventada no século 18 por Edward Jenner, um médico inglês. Na altura, observou que as pessoas atingidas por uma doença transmitida pelas vacas, e muito próxima da varíola, pareciam estar imunizadas contra ela. Em 1796, decidiu transmitir voluntariamente esta doença a um pequeno rapaz e inoculou-o com o vírus da varíola umas semanas depois. A criança não desenvolveu a doença. Eis que nasce, então, a “vacinação”, cujo nome se inspira na “variolae vaccinae”, a varíola da vaca.
Seguem-se vários séculos de experiências e investigação, até que a OMS (Organização Mundial da Saúde), nos anos de 1960, implementa um programa mundial de vacinação para proteger a população contra vários vírus e bactérias. As vacinas mostraram a sua eficácia. Atualmente, a varíola é considerada como erradicada, a poliomielite desapareceu da Europa Ocidental e outras doenças graves, como a difteria, o tétano ou a coqueluche quase desapareceram do Luxemburgo.